Ah, caros amigos! É com alegria em meu coração que hoje venho escrever. Nem sei se alegria é a palavra certa pra este sentimento que inflama meu peito e me deixa radiante e um tanto quanto sem ar. Tudo bem, pode ser somente a minha gripe mesmo :/ afinal, quem resiste a dois banhos de chuva na mesma semana? Também pode ser culpa da quantidades de remédios que estou usando. Será que mebendazol e dicloridrato de cetirizina dão teto? Enfim, medicina não é meu forte.

Mas cá estou, novamente, para escrever-lhes sobre algo que me chamou a atenção hoje, lá pelo fim da tarde.

Acho que temos que começar algo pelo início, correto? Enfim, estava eu no meu curso durante o turno da tarde, e após uma excitante aula onde jogamos 3D Pinball Space Cadet, Paciência, Copas e Campo Minado [sim, os jogos que vem com o windows], estava voltando para casa e, como é costumeiro, estava em pé no ônibus. Ah, o tranporte coletivo em horário de pico! É muito mais que uma aventura, eh algo quase sobrenatural, como se fosse um filme de comédia, terror, suspense, ação e às vezes até pornô dependendo da quantidade de pessoas dentro do automóvel. Enfim, voltando a história, estava eu, olhando pela janela, enquanto o ônibus passa pela ponte sobre o Saco da Alemoa, quem é da Grande Porto Alegre, sabe do que falo xD E como era final de tarde, o sol se pondo, as águas calmas o suficiente pra parecerem convidativas, mas agitadas o suficiente para se pensar duas vezes antes de mergulhar, refletiam em direções variadas os raios de sol, juntamente com o ônibus em um movimento feroz, o contagiros urrando no máximo das rotações. Por um segundo, o segundo que valeu o meu dia, a janela daquele ônibus se tornou a mais perfeita moldura para o mais belo quadro que eu já vi. Titio Pablo que me perdoe, mas nenhuma pintura em uma tela fria vai ser mais belo do que estes pequenos instantes perfeitos em que a beleza do meio em que vivemos, supera qualquer outro problema, nem que seja por um segundo, o mundo para de girar e conseguimos ver que ainda resta uma esperança, para tudo.

Enfim, eu acho que se eu tivesse que escolher um momento pra morrer, seria um desses. Em que todas a coisas menores que vemos todos os dias, nos trazem uma paz, algo realmente bom. E talvez escolhesse a janela daquele ônibus, para olhar para o mundo que passa rápido lá fora, e enxergar mais do que simplesmente o caminho para casa, mas sim a paz que existe e que devemos buscar.

Ah, eu parei de viver por um segundo hoje, e isso foi incrível! Queria viver mais tempo assim...