Senhoras e senhores, vamos prestigiar mais este maravilhoso espetáculo! Algo realmente extraordinário, um dom inquestionável que salta aos olhos, uma perspicácia anormal, alguma coisa realmente inexplicável. Desejo que todos ovacionem, em pé, o nosso astro mor neste mundo: A falsidade humana!

Como é incrível, e digo isso do fundo do meu coração, me encanta a capacidade das pessoas de fingirem que nada es´tá acontecendo, seja com o mundo, seja com elas mesmas. Tudo está ruíndo, e mesmo assim o sorriso [que muitas vezes nem se trata e um amarelo] está ali no rosto, escondendo com prefeição toda e qualquer aflição que o coração suporta. Aliás, pobre coração, que deve se calar diante de tudo, e continuar sua batida, muitas vezes forçada a ser estável.

Não escrevo isso por alguém ter sido falso comigo, mas sim como todos são falsos com todos, às vezes, conseguer ser falso até para si mesmo. Inventa uma mentira tão bem bolada, que acaba por acreditar, o que acaba por confortá-lo da dor que sente. Oh vida linda, não? Pena que essas mentiras tem prazos de validades impressas em seu verso, embora não seja vista, sabemos que quando mentimos, seremos descobertos. E agora vem a parte REALMENTE interessante de tudo, como se por magia, as datas de validade coincidem! Sempre acabam perto uma da outra, quando não vencem todas juntas. E são nestes momentos, que o presente americano para o japão, cujo pacote tinha o nome de Enola Gay, transforma-se em um estalinho!

Tudo bem, tudo bem. A comparação foi péssima, eu sei e admito.

Enfim, quando somos falsos para nós mesmos, o problema é nosso, quando somos falsos para terceiros, o problema é de todos! Mas fodam-se os problemas, o que eu quero realmente falar eh sobre o que me encanta nisso tudo: os atores e suas performances!

Como são lindas, ah! Me emocionam às vezes. Todos os sorrisos, brincadeiras, e a incrível capacidade de fingir que nada acontece! Mesmo que por dentro tudo apodreça de forma rápida e incrivelmente dolorosa!

Enfim, acho que esse blog não é mais o que era antigamente, virou muito mais uma coluna de desabafos, e não mais Dejetos Mentais realmente. Enfim, saudade dos tempos em que eu falava de cantigas infantis, e me sentia feliz assim. Oh céus! Oh vida!